A busca por vida extraterrestre sempre fascinou cientistas e estudiosos. Agora, uma nova teoria científica pode transformar essa busca, sugerindo que as famosas esferas de Dyson, megaestruturas que envolvem uma estrela para captar toda sua energia, podem não ser apenas uma ficção científica, mas algo que poderia, em um futuro distante, ser possível. Essa descoberta altera a maneira como vemos as civilizações alienígenas e suas possíveis superestruturas.
A teoria foi apresentada por Colin McInnes, físico e engenheiro da Universidade de Glasgow, Escócia, em um artigo publicado na edição de fevereiro de 2025 do Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. McInnes fez uma análise detalhada utilizando um problema clássico da mecânica celeste, o problema dos três corpos, para investigar a possibilidade da existência de esferas e anéis de Dyson em sistemas estelares específicos.
O que São as Esferas de Dyson?
As esferas de Dyson são conceitos de megaestruturas propostas pelo físico teórico Freeman Dyson, em 1960, como uma maneira de uma civilização avançada explorar toda a energia de uma estrela. A ideia envolve uma esfera ou um conjunto de anéis ao redor de uma estrela, capazes de coletar sua energia para ser usada por uma inteligência artificial ou mesmo para sustentar uma civilização inteira. Embora essas estruturas tenham sido inicialmente um conceito teórico, McInnes acredita que a física necessária para sua construção pode, de fato, ser viável sob as condições certas.
A questão central que McInnes abordou foi a estabilidade dessas estruturas. A física por trás da construção de uma esfera de Dyson é complexa, pois ela envolve a interação gravitacional de vários corpos celestes em um sistema estelar. McInnes focou em como a gravidade de estrelas vizinhas pode ser utilizada para estabilizar essas superestruturas e evitar que se desintegrem.
O Problema dos Três Corpos e a Estabilidade das Esferas
Para compreender a base do trabalho de McInnes, é preciso entender o problema dos três corpos, um conceito da física que se refere ao movimento de três corpos celestes que interagem gravitacionalmente. Este é um dos maiores desafios da mecânica celeste, porque não há uma solução simples para prever como três corpos irão interagir e se mover ao longo do tempo.
No entanto, McInnes utilizou esse problema para mostrar que, em alguns cenários específicos, esferas e anéis de Dyson podem ser estabilizados. Ele observou que se a esfera ou o anel de Dyson estiver em um sistema estelar binário (ou seja, um sistema com duas estrelas), ou até mesmo em sistemas múltiplos de estrelas, a interação gravitacional entre essas estrelas pode criar um equilíbrio gravitacional suficiente para manter a estrutura estável.
Esse estudo é um passo importante para entender como essas megaestruturas poderiam existir em sistemas estelares distantes. McInnes identificou que existem sete configurações específicas em que a estabilidade pode ser alcançada. Em outras palavras, se uma esfera de Dyson fosse construída ao redor de uma estrela em um sistema binário ou múltiplo, poderia ser possível mantê-la estável por tempo indefinido, sem que ela fosse destruída pelas forças gravitacionais.
Implicações para a Busca por Vida Extraterrestre
A descoberta de McInnes não é apenas uma especulação acadêmica, mas tem implicações diretas para a busca por vida extraterrestre, especialmente no âmbito do SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence). Se esferas ou anéis de Dyson podem ser estabilizados em certos sistemas estelares, isso significa que esses sistemas poderiam abrigar civilizações tecnologicamente avançadas o suficiente para construir tais estruturas.
O conceito de esferas de Dyson tem sido um símbolo de civilizações de nível galáctico, capazes de dominar toda a energia de uma estrela. Se existirem sistemas estelares que atendem aos critérios de McInnes para a estabilidade de uma esfera de Dyson, isso pode ser um indício de que uma civilização avançada está ou esteve lá. Assim, a descoberta abre novas possibilidades na procura por sinais de vida inteligente no universo.
O Papel das Estrelas em Sistemas Múltiplos
McInnes propôs que a estabilidade das esferas de Dyson dependeria fortemente da presença de múltiplas estrelas em um sistema. Isso porque as interações gravitacionais entre essas estrelas podem fornecer o equilíbrio necessário para manter a estrutura estável. Esferas de Dyson, em vez de estarem em torno de uma única estrela, poderiam se beneficiar das forças gravitacionais de várias estrelas, proporcionando a estabilidade necessária para que a estrutura sobreviva por milênios.
Além disso, McInnes destacou que a menor estrela de um sistema binário ou múltiplo seria o ponto ideal para a construção de uma esfera de Dyson, pois a gravidade dessa estrela ajudaria a manter a estrutura no lugar. Os anéis de Dyson, por sua vez, precisariam estar em uma distância específica da estrela central para garantir que as forças gravitacionais não os destruam ou desestabilizem.
A Viabilidade Prática das Esferas de Dyson
Embora a ideia de construir uma esfera de Dyson seja algo distante e altamente especulativo, a pesquisa de McInnes fornece uma base sólida para acreditar que tais estruturas poderiam, em princípio, existir. Isso não significa que seremos capazes de construir uma esfera de Dyson em um futuro próximo, mas a teoria levanta a possibilidade de que civilizações avançadas em outros sistemas estelares possam já estar utilizando ou possam um dia utilizar essas megaestruturas para explorar toda a energia de suas estrelas.
A construção de uma esfera de Dyson exigiria uma tecnologia muito além da nossa, mas isso não impede que os cientistas busquem sinais de que tais estruturas possam existir em algum lugar do universo. A pesquisa de McInnes oferece uma nova maneira de olhar para os sistemas estelares, ajudando os cientistas a identificar quais sistemas podem ser mais propensos a abrigar essas megaestruturas.
Conclusão: Uma Nova Perspectiva na Busca por Civilizações Extraterrestres
A teoria apresentada por Colin McInnes sobre a viabilidade das esferas e anéis de Dyson em sistemas estelares específicos representa uma mudança significativa na maneira como pensamos sobre a busca por civilizações extraterrestres. Embora a construção de uma esfera de Dyson ainda seja um conceito teórico, o trabalho de McInnes oferece uma base matemática sólida para acreditar que, sob as condições certas, essas megaestruturas podem, de fato, ser possíveis.
A pesquisa abre novos caminhos para a exploração do universo e oferece uma nova perspectiva para os cientistas do SETI. Se conseguirmos identificar sistemas estelares que atendem aos critérios para a estabilidade de uma esfera de Dyson, poderemos estar mais próximos de detectar sinais de civilizações alienígenas avançadas. A busca por vida extraterrestre está, sem dúvida, mais emocionante do que nunca.
Fonte: https://www.popularmechanics.com/science/a64163108/dyson-spheres-aliens/
