São os OVNIs Subaquáticos uma Ameaça Imediata? O Governo dos EUA Certamente Acredita Que Sim—E Aqui Está a Prova

Os avistamentos de Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs) têm sido tema de debate e especulação por décadas, mas uma nova preocupação tem surgido nas discussões sobre esses fenômenos: os OVNIs subaquáticos ou, como são mais comumente conhecidos, os USOs (Objetos Submersos Não Identificados). Esses objetos misteriosos, que aparentemente emergem e desaparecem de grandes corpos d’água, têm sido relatados em várias partes do mundo. E o que antes parecia uma curiosidade limitada a entusiastas de OVNIs agora está sendo levado a sério pelas autoridades, incluindo o governo dos Estados Unidos.
A Mudança de Perspectiva
Até pouco tempo atrás, o governo dos EUA usava o termo “OVNI” para se referir a qualquer fenômeno aéreo não identificado. No entanto, com o crescente número de avistamentos tanto no ar quanto sob a água, houve uma mudança significativa na forma como esses fenômenos são classificados. Em 2022, o Departamento de Defesa dos EUA introduziu uma nova terminologia, passando de “Fenômenos Aéreos Não Identificados” (UAPs) para “Fenômenos Anômalos Não Identificados”. Essa mudança reflete uma expansão do escopo da investigação para incluir fenômenos não apenas aéreos, mas também subaquáticos e transmeios, ou seja, aqueles que aparentemente se movem entre o ar e a água.
Essa mudança de nomenclatura pode parecer uma questão sem importância à primeira vista, mas é, na realidade, uma prova de que o governo dos EUA reconhece a seriedade dos relatos de objetos que não se limitam ao espaço aéreo, mas que também estão sendo observados em mares e oceanos ao redor do mundo. A mudança de foco para fenômenos anômalos em todos os domínios, incluindo o mar, destaca a preocupação crescente com os USOs e o risco potencial que eles representam para a segurança nacional.
Relatos Inquietantes
O interesse do governo dos EUA por OVNIs subaquáticos não é recente. Desde 1992, quando testemunhas na Califórnia relataram que mais de 200 objetos em forma de disco saíram silenciosamente das águas da Baía de Santa Monica e dispararam para o céu, esses fenômenos têm sido registrados e analisados com crescente interesse. Em 1998, o Suboficial Chefe da Marinha dos EUA, Charles Howard, relatou uma experiência intrigante enquanto estava em serviço na Baía de Guantánamo, Cuba, onde viu três grandes luzes brancas e estranhas na água. Ele descreveu esses objetos como tendo cerca de 10 a 20 pés de diâmetro e com um formato arredondado.
Esses relatos, junto com muitos outros, começaram a chamar a atenção de especialistas e pesquisadores em OVNIs. Alguns acreditam que os USOs não apenas representam fenômenos de difícil explicação, mas que também possuem a capacidade de atravessar a fronteira entre o ar e a água, movendo-se a velocidades impressionantes. A ideia de que esses objetos possam representar uma ameaça significativa para a segurança nacional começou a ganhar força nos círculos militares e de defesa.
O Papel da Legislação e da Força-Tarefa UAP
A partir de 2021, os Estados Unidos tomaram medidas mais concretas para investigar esses fenômenos. O Departamento de Defesa criou a Força-Tarefa de Fenômenos Aéreos Não Identificados, um programa dedicado a “padronizar a coleta e o relato” de avistamentos de OVNIs. Esta mudança foi seguida pela criação do All-Domain Anomaly Resolution Office (AARO), que ampliou o escopo para incluir anomalias tanto aéreas quanto subaquáticas e transmeios.
Essas mudanças ocorreram após o crescente apoio de legisladores e especialistas em segurança que estavam convencidos de que os USOs não deveriam ser ignorados. Em uma mesa-redonda realizada em 2022, Ronald Moultrie, Subsecretário de Defesa para Inteligência e Segurança, destacou que os fenômenos anômalos, seja no ar, no mar, no solo ou no espaço, representam uma ameaça em potencial à segurança do pessoal militar e à segurança das operações.
O relatório do contra-almirante da Marinha dos EUA, Tim Gallaudet, Ph.D., foi um dos primeiros a destacar publicamente o perigo representado pelos USOs. Em seu relatório, Gallaudet chamou a atenção para a falta de dados confiáveis sobre esses fenômenos e alertou sobre os riscos à segurança marítima dos EUA, que já está fragilizada pela ignorância sobre os oceanos globais.
Desafios e Evidências Limitadas
Embora o governo esteja levando a sério o potencial risco representado pelos USOs, a questão das evidências concretas ainda é uma das maiores dificuldades para investigadores. Mick West, um pesquisador de UAPs, apontou que a documentação sobre objetos submersos é muito mais escassa do que a dos objetos aéreos. A principal razão para isso é que a visibilidade debaixo d’água é limitada, o que dificulta a captura de imagens ou vídeos. O que resta são relatos anômalos de sonar e avistamentos ocasionais, que muitas vezes são interpretados de maneira diferente.
Um exemplo notável que contribuiu para o debate sobre USOs foi o incidente de Aguadilla, em Porto Rico, ocorrido em 2013. Um vídeo capturado por uma câmera térmica aparentemente mostra um objeto submerso emergindo da água e depois desaparecendo rapidamente. No entanto, a análise de West sugere que o vídeo pode ser explicado por lanternas de casamento, que flutuam com o vento, causando a ilusão de que os objetos estavam se movendo para dentro e para fora da água.
Esses incidentes levantam questões sobre a necessidade de evidências sólidas para sustentar alegações de fenômenos subaquáticos inexplicáveis. Embora o interesse pelo assunto tenha crescido, é fundamental que as investigações futuras apresentem provas concretas para que as autoridades possam dar uma resposta eficaz.
O Futuro da Pesquisa sobre USOs
O debate sobre USOs e sua possível ligação com OVNIs e fenômenos transmeios está longe de ser resolvido. À medida que os avistamentos se tornam mais frequentes e as tecnologias de monitoramento e coleta de dados se aprimoram, espera-se que novas evidências surjam. No entanto, a chave para que esses fenômenos sejam investigados de forma séria é a coleta de informações claras e verificáveis, sem interpretações excessivas ou especulações.
Para que os USOs sejam tratados com a seriedade que merecem, o governo dos EUA e outras agências internacionais precisam investir em novas tecnologias de monitoramento, melhorar a colaboração entre diferentes países e desenvolver métodos mais eficazes de investigação. Somente então poderemos entender melhor esses fenômenos misteriosos e sua verdadeira natureza.
Embora o mistério sobre os OVNIs subaquáticos continue a gerar especulações, é inegável que o interesse e a investigação sobre esses fenômenos estejam crescendo. Se eles representam uma ameaça real ou uma oportunidade de explorar novas fronteiras científicas e de segurança, só o tempo dirá. O que é certo é que os USOs estão se tornando uma parte cada vez mais importante da conversa global sobre a segurança e a defesa.
Fonte:https://www.popularmechanics.com/science/a61827898/unidentified-submerged-objects-uso-threat/